PREJUÍZO A MÉDICOS E PACIENTES

A Revista da APM (Associação Paulista de Medicina), publicou um artigo sobre PLANOS DE SAÚDE, o texto é longo mas sem dúvidas vale a leitura.

” Pelo SEXTO ANO consecutivo, os planos de saúde lideram o ranking de reclamações recebidas pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
“É histórico que esse tema esteja entre os mais problemáticos em nossos atendimentos. A maioria das dúvidas que chegam dizem respeito a reajustes abusivos, principalmente os de planos empresariais ou coletivos, negativas de cobertura e problemas com a ausência de informações adequadas sobre os planos”, explica Igor Maechetti, advogado e analista de relacionamento com o associado do Idec.
E a comercialização de planos coletivos, em detrimento dos individuais, reflete diretamente na dificuldade de os pacientes manterem seus convênios, conforme valiam os diretores da Associação Paulista de Medicina. ” Hoje, são raras as operadoras que comercializam planos individuais. Preferem vender os planos de pessoas jurídicas porque não há um controle nos valores por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Isso torna-se uma prática abusiva, causando danos aos usuários”, ressalta o diretor Social da APM, Renato Azevedo Junior, que também é conselheiro do Cremesp.
Como estratégia, o diretor Administrativo e ex-presidente da APM, Florisval Meinão, reitera a necessidade de atuação do órgão regulador: ” É totalmente incompreensível que a ANS determine um limite máximo de aumento para os planos individuais, mas não consiga estabelecer um patamar para os coletivos. É preciso que haja interferência e fiscalização da Agência”.
As empresas alegam que a inflação do setor – sobretudo custo médico-hospitalar e alta tecnologia – justifica o reajuste praticado. “Só que não conhecemos os critérios usados pelas operadoras para chegar a essa análise, não há uma divulgação pública. Falta transparência que nos permita avaliar se de fato esses valores estão coerentes”, critica Meinão.
E apesar de os usuários terem de arcar com os aumentos elevados de seus planos de saúde, os reajustes não são repassados para os valores recebidos pelos médicos para as consultas e procedimentos realizados. ” Pelo contrário, não há reajuste nem para repor a inflamação do período. Obviamente que há um forte desequilíbrio econômico no setor. Há empresas que enfiam a faca nos pacientes buscando margens de lucros absurdas e tiram o sangue dos médicos. Por isso, reforçamos a necessidade de haver maior regulação por parte da ANS”, destaca Azevedo.
Nas palavras de Meinão, a Agência é uma contradição, a medida que também permite que os planos reajustem os honorários dos prestadores com índices abaixo da inflação. “Sem sombra de dúvidas, vivenciamos hoje uma crise no sistema privado. As pessoas não têm dinheiro para pagar um plano de saúde, estão descontentes com os serviços e cada vez mais os médicos não têm interesse em trabalhar com convênios pela baixa remuneração.”

SERVIÇO INSATISFATÓRIO
Em 2017, os reajustes para os planos individuais foram de 13%, contra uma inflação d 4%. “Nos planos coletivos, nossa pesquisa encontrou aumentos acima de 2.000%. Um alerta maior ainda para a sociedade é a discussão que ocorre neste momento no Congresso Nacional a respeito de mudanças nas Lei dos Planos de Saúde. A proposta que pode ser votada vai piorar bastante a situação do consumidor, que estará ainda mais vulnerável em relação às operadoras”, alerta Ana Carolina Navarette, pesquisadora em Saúde do Idec.
Do total de reclamações sobre os planos de saúde, o item reajuste lidera com quase metade das queixas dos consumidores (44,5%), seguido de informações incompletas (12,8%), negativas de cobertura (11,9%) e descredenciamentos (2,1%). Os dois últimos também prejudicam os médicos, que por sua vezes se veem impedidos de prestar a melhor assistência aos pacientes por conta de burocracias e impedimentos das operadoras.” (Revista da APM (Associação Paulista de Medicina)).

Endereço fiscal:
Rua Raul de Souza Campos, 205
Parque Itália, Campinas/SP
CEP 13036-215